Quintão,
eu sei da saudade
Que
te aperta o coração,
Dos
nossos dias passados,
Que
tão distantes se vão.
Vassouras!...
belas paisagens
Cheias
de vida e de cor,
Um
céu azul e estrelado
Cobrindo
uns ninhos de amor.
Árvores
fartas e verdes
Pela
alfombra dos caminhos,
A
ermida branca e suave
De
ternos, doces carinhos.
O
nosso amigo Moreira
E a
sua barbearia,
Onde
uma vez me encontraste
Na
minha noite sombria.
Detalhes
cariciosos
Da
vida singela e calma,
Vida
de encantos divinos
Que
eu via com os olhos d'alma.
Meus
pobres versos – “Singelos”,
“Aves
implumes” da dor,
Que
traduziam no mundo
O
meu pungente amargor.
A
minha pobre Carlota,
A
companheira querida,
O
raio de claridade
Da
noite da minha vida.
Os
artigos do Bezerra
De
outros tempos, no “O País”,
O
mestre da Velha Guarda,
Unida,
forte e feliz.
A
tua doce amizade
A
luz do Consolador,
Teu
coração generoso
De
amigo, irmão e mentor.
Ah!
Quintão, hoje os meus olhos
Embebedam-se
de luz,
Pelas
estradas sublimes
Da
santa paz de Jesus!
Mas
não sei onde a saudade
É
mais forte nos seus véus,
Se
pelas sombras da Terra,
Se
pelas luzes dos Céus.
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*
Esta poesia singela e, por assim dizer, intimamente pessoal, foi recebida em
circunstância s imprevistas e timbra episódios vemos de mais de 30 anos, que o
médium não podia conhecer, atento mesmo a sua banalidade. Singelos e Aves
Implumes são títulos de dois pequenos volumes de versos publicados em começos
do século. Carlota é o nome da esposa do poeta cego, também cegada de uma
vista, por acidente, depois de casada.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932